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sábado, 17 de julio de 2021

Memorandas simpatias infantis ressaltadas desde atenções pelo ciclismo dos anos 60 e mais… em Portugal... até setenta e tal!

 

Meio de julho, com agosto já no horizonte. Perante a canícula dos dias correntes, de um verão por vezes idêntico ao de outros tempos, as tardes estivais presentes fazem-nos recuar na lembrança a tempos de infância… quando um jovenzinho em idade escolar, durante as férias grandes desse tempo (de quem aqui escreve isto – eu), acompanhava as provas antecedentes à Volta a Portugal em bicicleta e depois com entusiasmo vivia particularmente o período quinzenal da Volta Portuguesa. Na linha do que era o ambiente geral do interior nortenho do país, chegado esse período em que o desporto de alta competição ficava mais perto de tudo e todos, por via do ciclismo desportivo, cujas corridas nacionais andavam por perto e sobretudo a “Volta” passava próximo ou mesmo às terras de cada qual. Em Portugal, do regime chamado Estado Novo, a cair de velho.

Então, evocando pessoalmente, os elementos mais velhos da prole, mais amigos e conhecidos (no caso particular meus irmãos mais velhos e seus colegas e vizinhos) acompanhavam a par e passo a Grandíssima Volta a Portugal através dos jornais, reservados antecipadamente para todo o decurso da mesma corrida maior. Os quais eram lidos depois da chegada do trabalho, enquanto os mais novos, eu e companheiros amigos, andávamos atentos às transmissões via relatos radiofónicos, visto ao tempo as emissoras dos canais das rádios mais importantes darem normalmente notícias a toda a hora, em acompanhamento de cada etapa. Sendo com emoção que se ouvia, de ouvidos afilados e olhares absortos pelo que dali saía, tudo o que os relatadores iam transmitindo por entre roufenhos sons emanados dos transístores.

O ciclismo era algo atraente, atendendo a não haver a batotice futeboleira dos árbitros e seus mandantes fazedores de resultados, nem a cambada de dirigentes mais selecionadores e treinadores federativos que levavam às seleções ditas nacionais do futebol português por norma quase só representantes dos clubes do sistema BSB... Tudo levando a que isso das bicicletas de corrida tivesse como que um íman nas atenções apaixonadas. Enquanto a pequenada do meu tempo brincava à maneira da felicidade infantil, metendo passatempos derivados do ciclismo aqui na minha terra, na Longra, em paradisíaco sítio da freguesia com S. Tiago como orago, por mor de ter sido ponto de passagem duma das vias antigas dos Caminhos de Santiago, por terras do concelho de Felgueiras (rumo a Compostela, em peregrinação até ao túmulo do Apóstulo da Penínsiula Ibérica). Decorrendo a vida de permeio calmamente no remanso local de afetos, por aqui.

Então, enquanto os ciclistas percorriam estradas do país, passando às portas de boa parte da população em Portugal e nos jornais eram vistas suas caras e se liam loas de seus feitos, a criançada da minha igualha, eu e meus amigos de brincadeiras, tínhamos na cabeça os nossos ídolos que corriam pelo nosso clube do coração. Dos quais colecionávamos recortes dos jornais e mesmo cromos que por vezes apareciam. 

Com tudo isso no sentido, logo pela manhã, mal saíamos da cama, íamos a correr buscar o jornal diário, para os adultos, nossos irmãos mais velhos geralmente, lerem na vinda do emprego à hora do almoço, deitando nós antecipadamente a vista com olhos de ver bem pelo que lá dizia dos nossos corredores, os ciclistas que ansiávamos que ganhassem. Passando depois o santo dia em brincadeiras de costume dessas eras, por caminhos e carreiros de nossos hábitos pueris, apenas com intervalo para a reunião familiar à mesa almoçadeira. Continuando depois pela tarde dentro a jogar às corridas de tampinhas com nossos corredores, as populares sameiras ou capsulas de bebidas engarrafadas, vulgo "caricas". Quer durante o dia em percursos desenhados em terra, riscados no chão dos sítios normais das brincadeiras, ou depois em casa nas tábuas do soalho a servir de estradas. Com as mesmas tampas de garrafas de cerveja ou sumos devidamente identificadas com as caras de nossos ciclistas, que impulsionados com toque de dedos da mão, à vez entre concorrentes, eram lançados na corrida em busca da vitória. Costumando eu correr com “caricas“ com imagens do Sousa Cardoso, Mário Silva, Joaquim Leão, Ernesto Coelho, e um ou outro mais dos meus preferidos. Como no exemplo da imagem, de uma dessas “coisas” de meu tempo e feliz infância desportiva, a meu gosto.

Armando Pinto - julho de 2021

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domingo, 20 de junio de 2021

José Neves, da W52-FC Porto: Campeão Nacional de Fundo (de Portugal) - Medalha de Ouro de Estrada-Elite / 2021

José Neves (W52-FC Porto) é campeão nacional de fundo. Seguido por Rui Oliveira (UAE Team Emirates) em segundo classificado e Gaspar Gonçalves (Tavfer-Measindot-Mortágua) em terceiro, no pódio de ciclistas que correm em Portugal e no estrangeiro.

Em fim de semana de disputa das diversas provas das diferentes categorias dos Campeonatos Nacionais, José Neves do FC Porto foi na sexta-feira medalha de bronze no Nacional de Contrarelógio e no domingo medalha de ouro no Nacional de Fundo (estrada).  

Indo por partes:

José Neves "Bronze" nos Campeonatos Nacionais de Contrarrelógio Individual

Sexta-feira 18 Junho de 2021 - Decorreram os Campeonatos Nacionais de Contrarrelógio Individual em Vila Velha do Rodão. Com os ciclistas a partir de minuto a minuto para ver qual completava o percurso com o melhor tempo. 

O grupo W52-FC Porto teve 4 ciclistas a disputar o título de Campeão Nacional, percorrendo os 30,5 quilómetros. O mais rápido e novo Campeão Nacional da especialidade foi então João Almeida (que corre no estrangeiro pela Deceuninck-Quick-Step) com o tempo de 36m 20s e uma média de 50.3km/h. Em segundo lugar ficou Rafael Reis (da Efapel) e com a medalha de bronze ficou José Neves.


Da equipa W52-FC Porto - Tempos do CRI – Elites

3º José Neves 37m33

6º Ricardo Vilela 39m30

10º Jorge Magalhães 41m01

11º José Mendes 42m38

 

José Neves (W52-FC Porto) Campeão Nacional de Fundo - Medalha de Ouro de Estrada

Domingo 20 de junho de 2021 - Campeonato Nacional de Estrada em Castelo Branco, com os ciclistas a correrem num circuito de percurso total de 170,55 quilómetros.

José Neves Campeão Nacional 2021, vencendo a concorrência da categoria do pelotão nacional e da classe dos que correm por equipas estrangeiras.

José Neves consagrou-se este domingo em Castelo Branco o novo Campeão Nacional, e como tal irá ser o portador da camisola com a bandeira de Portugal durante, pelo menos, o próximo ano.

Foi com partida e chegada em Castelo Branco que se disputou o campeonato nacional de fundo, com 192 quilómetros num percurso duro, como deve ser o Campeonato Nacional. Corrida esta em que nos anos recentes o conjunto W52-FC Porto tinha acumulado vários lugares de pódio, contudo vendo a vitória a escapar-se. Mas como diz o rifão que quem porfia sempre alcança, este ano e desta feita foi conseguido o 1º lugar e consequente título. Estava escrito que um dia iria surgir, e é do FC Porto o Campeão Nacional 2021. Tendo a abrilhantar a vitória mais o facto de ter sido superado, além dos ciclistas das provas do calendário português, também os valorosos ases dos pedais que correm pelo mundo, como João Almeida, Rui e Nelson Oliveira.

Na página oficial informática da W52-FC Porto está registado: «Atacamos a corrida de início, o que fez o pelotão desfazer-se em vários grupos. Após várias fugas com margens curtas, mas com elementos sempre bem colocados, foi já no circuito final, que foi percorrido 4 vezes, que as maiores diferenças se fizeram sentir. Do grupo de 15 ciclistas que seguiam na frente atacou José Neves, que rapidamente conseguiu um minuto de vantagem e nunca mais foi alcançado. Depois da medalha de bronze no contrarrelógio individual chega ao ouro na prova de fundo.

Os restantes membros da fuga chegaram passado 47 segundos, Rui Oliveira (UAE Team Emirates) e Gaspar Gonçalves (Tavfer – Measindot – Mortágua) ficaram nos restantes lugares do pódio final.»

Classificação – Ciclistas W52 - FC Porto

1º José Neves 4h38m18

4º Francisco Campos +59s

11º Amaro Antunes +1m36

12º João Rodrigues +1m36

21º Daniel Mestre +5m33

29º Ricardo Vilela +7m12

30º Joni Brandão +7m12»

Já na página da FPC ficou registado: « JOSÉ NEVES CAMPEÃO NACIONAL DE FUNDO APÓS DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA

José Neves (W52-FC Porto) é o novo campeão nacional de fundo, depois de impor-se em solitário na corrida de 192,2 quilómetros, disputada, hoje, em Castelo Branco.

O ciclista que, nesta época, regressou à estrutura portista foi um dos elementos mais ativos na estratégia ofensiva da W52-FC Porto. Partindo com mais corredores do que os adversários, por ter um plantel maior, os comandados de Nuno Ribeiro atacaram, com vários corredores, desde o quilómetro inicial. As restantes formações, e mesmo os corredores emigrantes que competiram sem equipa, não se fizeram rogados e a situação de corrida foi mudando constantemente, com muitos ciclistas a passarem pela cabeça de corrida em momentos distintos. Ao quilómetro 70, ainda na volta por fora da cidade de Castelo Branco, José Neves saiu do pelotão integrado num grupo de oito corredores. A entrada no circuito urbano de 21,6 quilómetros, que seria percorrido cinco vezes, permitiu a formação de uma cabeça de corrida com 16 corredores. Foi entre estes homens que a corrida viria a decidir-se.

A W52-FC Porto tinha quatro homens no grupo mais adiantado. Cabia-lhe a responsabilidade de jogar as peças no tabuleiro da estratégia, embora a Rádio Popular-Boavista também ali estivesse representada com três elementos. Os portistas acertaram à primeira tentativa para levar de vencida a prova. José Neves foi o primeiro do quarteto da W52-FC Porto a atacar. Saiu a mais de 30 quilómetros da chegada, foi ganhando terreno e nunca mais os adversários lhe puseram a vista em cima até à cerimónia do pódio.

José Neves terminou a prova com 4h38m18s (média de 41,437 km/h). Rui Oliveira e Gaspar Gonçalves adiantaram-se na luta pelo segundo lugar, chegando ambos a 47 segundos do vencedor, com o homem da UAE Team Emirates à frente do representante da Tavfer-Measindot-Mortágua.

"Vencer os Campeonatos Nacionais é uma enorme sensação de orgulho e dever cumprido. Durante a corrida tentámos estar sempre na frente e, a certa altura, percebi que os adversários estavam em dificuldade e tentei a minha sorte. Arranquei a uma volta do fim e consegui fazer uma diferença de tempo suficiente para chegar à vitória. Já tinha sido campeão nacional duas vezes em sub-23 e espero vir a conquistar mais títulos de campeão nacional no futuro. Para já, estou muito orgulhoso de poder vestir esta camisola durante um ano", regozijou-se José Neves.»

Em suma, José Neves, da W52-FC Porto, é o Campeão Nacional 2021, superando ciclistas do World Tour como Rui Oliveira (UAE Emirates), Nélson Oliveira (Movistar) ou João Almeida (Deceuninck – Quick-Step), sucedendo a Rui Costa (UAE Emirates) no lugar mais alto do pódio.

~~~ ***** ~~~

Com este são já dez os títulos nacionais de fundo (estrada) ganhos pelo FC Porto. Sendo assim este o 10º CAMPEONATO NACIONAL DE FUNDO ganho pelo FC Porto na sua história, numa lista de honra que consta dos triunfos obtidos em (anos) e por (ciclistas em representação do FC Porto):

1946 - Fernando Moreira

1950 - Luciano Moreira de Sá    

1951 - Fernando Moreira de Sá

1953 - Onofre Tavares

1960 - Azevedo Maia

1962 – José Pacheco

1978 - Fernando Mendes

1981 – Fernando Fernandes

1982 - Marco Chagas

2021 – José Neves

Armando Pinto - JUNHO DE 2021

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martes, 9 de marzo de 2021

Memórias do Ciclismo do F. C. do Porto (Portugal) - Pedaladas de Março em 1970...

 

Estando-se em março, agora ao correr de algumas lembranças de aproximação cronológica, quando por estes dias de 2021 a Primavera se aproxima ainda em tempo de confinamento da pandemia atual, calha bem lembrar a atividade do ciclismo no FC Porto nos inícios de época numa temporada longínqua mas de abertura livre, sem restrições. Vindo assim a talhe algo das pedaladas do ciclismo portista em março de 1970.

Começada aí a época, logo no princípio de março a equipa do FC Porto recebeu a taça correspondente à vitória por equipas na Volta a Portugal de 1969. Tendo então sido finalmente entregue o trofeu que por direito era do FC Porto, depois de longa maratona burocrática… «Após seis meses em relação ao último dia da “Volta-69”, o Conselho Jurisdicional da Federação Portuguesa de Ciclismo, sob a presidência do Dr. Manuel Vieira Pinto, reuniu-se para apreciar o recurso do FC Porto. E o seu veredicto foi aquele que não podia deixar de ser: para o FC Porto a vitória colectiva na “Volta a Portugal” de 1969, tendo-se em consideração o que sucedeu a Joaquim Agostinho, via “doping”, ao ser-lhe retirado o 1º lugar na classificação individual. Mais um título que traz mérito à prova efectuada pela equipa do FC Porto…» 

E, assim sendo, veio finalmente alguém responsável, no caso o vice-presidente da FPC, trazer a taça que era e é do FC Porto (embora nalgumas publicações continue a faltar a devida atualização, continuando em falta nalguns livros e estatísticas essa verdade). Na ocasião, como se passara entretanto cerca de meio ano e estava já a decorrer a época seguinte, na entrega da taça não estiveram presentes dois dos ciclistas que contribuíram para essa vitória. Como foi o caso de não terem podido marcar presença na volta de honra nas Antas: Mário Silva, que entretanto passara a correr pela Fagor em Moçambique na sua última época de ciclista, e Custódio Gomes, que estava em recuperação de uma lesão.

No seguimento das primeiras provas, nesse mesmo mês de março de 1970 começara a disputa do Regional de Fundo (Estrada). Tendo, após primeira corrida ganha por Joaquim Leão, seguido por Cosme de Oliveira em 2º, a segunda prova sido ganha por Cosme de Oliveira, enquanto o seguinte corredor portista foi Hubert Niel em 3º.

Estava assim em marcha, através de pedaladas já ritmadas, mais uma temporada dos ciclistas do FC Porto, in illo tempore.

Armando Pinto - Março de 2021

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viernes, 26 de febrero de 2021

Efeméride da Oficialização (em 1972) de Joaquim Andrade como Ciclista do FC Porto

 

Conforme é lembrado nesta data, de 26 de fevereiro de 2021, na newsletter oficial do FC Porto “Dragões Diário, referente ao que “Aconteceu” em 1972:  «Há 49 anos, neste dia, o FC Porto contratou o ciclista Joaquim Andrade, um dos melhores trepadores portugueses de sempre. Natural do concelho de Santa Maria da Feira, iniciou o trajeto na modalidade ao serviço da Ovarense e ainda antes de integrar os quadros portistas conquistou, em 1969, a Volta a Portugal pelo Sangalhos. Com a camisola dos Dragões, entre 1972 e 1974, arrecadou múltiplos troféus nacionais e regionais, tendo igualmente pedalado lá por fora: além de uma participação no Tour e de uma outra na Vuelta, venceu uma etapa no prestigiado Grande Prémio do Midi-Libre.»

Tendo o contrato de Joaquim Andrade ficado oficializado então no final de fevereiro, deu depois entrada na Federação Portuguesa de Ciclismo a 2 de março seguinte.

Na oportunidade, por quanto esse foi um ciclista que, embora em poucos anos, muito representou no afeto ao ciclismo portista, recorda-se o que há já alguns anos lhe foi dedicado no nosso blogue "Memória Portista":

Joaquim Andrade - Ciclista que honrou a camisola do FC Porto e representou bem o ciclismo português


No mundo do desporto das bicicletas de corrida, como era antigamente referido o ciclismo na via popular, quanto à modalidade ciclística de estrada e pista, Joaquim Andrade foi e é nome de referência. Embora tendo de se diferenciar entre pai e filho, já que os dois, das duas gerações da respetiva família, correram ao mais alto nível português. Vindo ao caso o pai, sendo que foi o patriarca desse núcleo familiar feirense que representou o FC Porto e como tal durante anos foi cabeça de cartaz da equipa azul e branca. No seguimento de já antes ter feito história, passando a representar o FC Porto já de valor consagrado e então sido mesmo chefe de fila da equipa profissional de ciclismo do FC Porto durante três épocas, na primeira metade da década dos anos setentas. Com a curiosidade de durante esses anos haver também, de permeio, corrido no estrangeiro (por equipas de países com forte tradição ciclista) quando representava o FC Porto em Portugal. Inicialmente tendo andado por estradas estrangeiras alguns dias com a camisola da equipa belga Flandria e depois correndo pela equipa francesa Gitane.


Calha a preceito assim evocar Joaquim Andrade, como grande ciclista de outrora, agora que o FC Porto tem novamente ciclismo (desde 2016) também, voltando a ter ciclismo de alta competição e andando de novo pelas estradas as camisolas azuis e brancas com o símbolo portista ao peito a entusiasmar os adeptos do clube mais vitorioso no ciclismo português. Sendo de recordar que durante os anos que correu com a camisola alvi-anil o Joaquim Andrade foi sempre candidato aos primeiros lugares das provas em que a equipa das Antas participava, sem contudo ter conseguido repetir seu anterior feito de vencedor de uma Volta a Portugal, tendo no período que correu pelo FC Porto e nas 3 Voltas que fez de azul e branco vencido uma etapa (em 1974, na pista das Antas, contra-relógio de 2, 250 Km), mas compensando com boas prestações em diversas corridas em França, nesses tempos, além de títulos regionais e nacionais conquistados, mais algumas vitórias em provas do calendário do ciclismo associativo portuense e nacional, ao serviço do FC Porto, entre as quais o Grande Prémio Papéis Vouga/1974, o título de Campeão Regional de Fundo, mais títulos diversos de Campeão Nacional de Rampa (Montanha) e Perseguição (Crono), este individualmentge e por equipas, pelo FC Porto. Enquanto em França teve ponto alto com brilhante vitória numa etapa da clássica / Grande Prémio "Midi-Libre" (além de ele referir numa entrevista uma outra, da também  famosa clássica “Dauphine Liberé”, que porém não consta do oficial currículo internacional, embora seja habitual haver lapsos nos números e estatísticas).

= Recorte do jornal A Bola de 05-04-1973, referindo o facto de Joaquim Andrade ser mais um ciclista Português a ir correr para França, então para a equipa da “Gitane”, treinada pelo técnico Desvages. Em cuja referência Andrade agradece ao FC Porto ter-lhe facilitado a sua participação no estrangeiro. =

Nascido a 14 de junho de 1945 em Travanca (então Vila da Feira, atualmente Santa Maria da Feira),  Joaquim Pereira de Andrade começou por correr na Ovarense, equipa que posteriormente ao ser extinta o levou a representar o Sangalhos, sendo com a sua camisola toda azul que em 1969 obteve a honra de vestir a camisola amarela na Volta a Portugal e por fim declarado vencedor da correspondente edição. Entretanto em 1971 esteve a correr em Angola pela equipa da Fagor. Até que depois em 1972 passou a representar o FC Porto, desde princípios de 1972 até finais de 1974, havendo mais tarde ainda representado outras equipas portuguesas. De permeio com a referida campanha estrangeira.

= Primeiro Contrato assinado por Joaquim Andrade no Futebol Clube do Porto quando veio de Angola, por três temporadas. No total fez três contratos com este grande clube nortenho. Neste contrato o ordenado era de cinco mil escudos mensais, a que acrescia uns subsídios. Folha de rosto e verso do contrato (conf. “site” Ondas da Serra) =

Numa entrevista a “Ondas da Serra”, Joaquim Andrade recordou a “sua” Volta a Portugal, ganha pelo Sangalhos: «No ano de 1969 ganhei a Volta a Portugal. Cheguei a Alvalade (fim da etapa derradeira na pista desse estádio) com a camisola amarela, mas o falecido Joaquim Agostinho nesse dia “tirou-me” a camisola, mas depois veio a acusar doping e passados dois dias eu já era o vencedor da Volta. Oficialmente só passado um mês ou um mês e meio é que foi homologada. Tinha perdido a etapa final que era um contrarrelógio para ele por uns segundos.» Ao passo que depois, já dos tempos em que corria pelo FC Porto e fez algumas corridas em França por equipas estrangeiras, relembrou também, a propósito da sua participação efémera numa Volta a França: «…em 1972 não passei do primeiro dia porque tive uma infeção por causa do selim e tive que lá ficar internado num hospital. Alias eu já lá cheguei com a infeção contraída numa prova que vim cá fazer a Portugal, num campeonato nacional. Eu cheguei a França maltratado, corria eu por uma equipa Belga, estive três dias parado, fiz o prólogo e aquilo agravou-se e já não prossegui a volta. Nessa volta eu estava numa grande forma e deixou-me uma grande amargura, porque estava bastante moralizado; tinha andado nesse ano em várias corridas em França e tinha inclusivamente ganho talvez a etapa rainha duma prova que se chamava “Midi Libre” (vitória numa etapa da “clássica” Midi-Libre), onde cheguei também com quatro ou cinco minutos de avanço sobre os grandes corredores mundiais da atualidade (ao tempo), Luis Ocaña e Zoetmelk... »


«...Além de ter ganho no Midi Libre, também ganhei uma prova que era o grande teste para a volta a França que era a corrida “Dauphine Libere”. Nessa prova eu cheguei a estar atrás com o Joaquim Agostinho, com oito ou nove minutos de atraso, mas a certa altura eu arranquei, faltavam ainda duas montanhas muito duras, iam 14 ciclista na frente já com alguns minutos e eu primeiro só não apanhei os quatro da frente, ultrapassei-os a todos e fiz uma etapa fenomenal nesse dia. Essa prova tinha muita montanha e é onde se disputa geralmente a Volta a França, uma montanha chamada o "Galibier" e o "Tour Medley". Eu fugi e disse ao Agostinho que ia atacar e ele disse que era muito difícil, mas eu arranquei e ganhei minutos a toda agente.»


Ora, evocando esses tempos, ilustra-se esta menção honrosa, desse antigo representante do FC Porto, com imagens de postais dos contemporâneos Joaquim Andrade e Luís Ocanã: O do Andrade autografado na própria frente da gravura (com acrescento de correção pelo punho dele mesmo na parte de trás, também) e o do Ocaña no verso – como se pode verificar pelas imagens.


Juntam-se ainda outras imagens, sendo as do jornal O Porto e os postais de arquivo pessoal do autor destas linhas e as restantes, com a devida vénia, do “Site” Ondas da Serra.

= Fotografia de Joaquim Andrade Campeão Nacional de Pista, em perseguição individual e por equipas ao serviço do Futebol Clube do Porto, em Novembro de 1972. =


Oficialmente o seu palmarés enquanto ciclista do FC Porto, conforme consta da relação internacional, é:

Em Portugal:

1972
Campeão Regional de Rampa da Associação do Porto
Campeão Nacional de Rampa (escalada/montanha)
Campeão Nacional de Perseguição (pista)
Vencedor da 5ª etapa do “Grand Prix du Midi libre”
2º na clássica portuguesa Lisboa-Porto
3º no Campeonato Nacional de Estrada  
5º na Volta a Portugal

1973
Campeão do Porto / regional
Campeão Nacional de Perseguição
Campeão Nacional coletivo, em perseguição, por equipas,
2º no Campeonato Nacional de Rampa (Escalada)
5º na Volta a Portugal

1974
1º no Grande Prêmio Papeis Vouga
3º no Campeonato Nacional de Rampa / Escalada
3º no Nacional de Estrada

No estrangeiro:

Volta à França / Tour de France
1972: desistiu
1973: em 64º lugar

Volta à Espanha / Vuelta de España
1974: 26º classificado

=Recibo, referente a janeiro de 1974, do vencimento de Joaquim Andrade ao serviço do Futebol Clube do Porto. Segundo o mesmo «naquele tempo 7.000$00 (sete mil escudos) era muito dinheiro. Este foi o último ano do contrato.» =

Armando Pinto

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lunes, 22 de febrero de 2021

Efeméride: Vitória de Hubert Niel na Prova de Abertura de Ciclismo do Porto - 1970, em Portugal

   

A 22 de fevereiro de 1970, domingo de forte neblina na zona litoral do Distrito do Porto, abriu a nova época do calendário do ciclismo, naquele ano, com a tradicional Prova de Abertura, que na área da Associação de Ciclismo do Porto teve competições em corridas de Profissionais e Amadores-Seniores, mais de Juniores e Populares, como eram as categorias nesse tempo.

Na mais importante disputa, em que correram juntos os ciclistas Profissionais e os Amadores-Seniores, embora com classificações separadas, triunfou o portista Hubert Niel, algo distanciado após arrancada final do ciclista francês então treinador e corredor do FC Porto,  à frente de alguns colegas de equipa, tendo o FC Porto dominado a corrida a toda a linha. Enquanto os Amadores-Seniores chegaram no pelotão, tendo à frente Carlos Silva (irmão de Mário Silva, vencedor da Volta a Portugal de 1961). Ao passo que nas restantes categorias, venceram respetivamente Francisco Pereira, em Juniores, e António Silva, em Populares, todos do FC Porto.

Ora, estando-se nos dias que correm, de princípios de 2021, em tempo que numa temporada normal seria de início de época do ciclismo (mas por ora está ainda em espera, devido às restrições derivadas da pandemia atual), apraz lembrar aquele tempo de início da época de 1970, com domínio da equipa do FC Porto no ciclismo nortenho – conforme se pode rever pelo que ao tempo registou o jornal O Porto.

Fevereiro de 2021 - Armando Pinto

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viernes, 19 de febrero de 2021

Evocação: Manuel Sousa e Manuel Soeiro do FC Porto – Campeões Nacionais de Portugal em Ciclo-Cross -1970

Corria o inverno de inícios de 1970, na transição dos meses de janeiro para fevereiro, quando no princípio da época de ciclismo desse ano, em Portugal, decorreu a tradicional jornada para atribuição dos títulos nacionais da especialidade de Ciclo-Cross (anteriormente também referida por Ciclismo Pedestre e agora mais vulgarmente escrita como Ciclocrosse). Tendo para o efeito havido dupla realização de provas, uma para Profissionais e outra para Amadores. Cujas corridas de decisão para atribuição dos títulos se realizaram nos terrenos envolventes do Palácio de Cristal, na cidade do Porto. Metendo obstáculos de subidas e descidas de ladeiras, escadas, passeios estreitos e outras dificuldades.

= Manuel de Sousa

= Manuel Soeiro

Dá conhecimento do facto uma curta mas esclarecedora nota informativa saída nesse tempo no jornal O Porto, narrando com curiosos pormenores como Manuel de Sousa e Manuel Soeiro, em Profissionais e Amadores, respetivamente, ganharam direito às respetivas camisolas de Campeões Nacionais.

Nota: Como na edição do referido jornal não foram incluídas fotos das provas, ilustra-se esta evocação com imagens de arquivo (embora no caso de Manuel Soeiro seja mesmo foto do decurso da prova, mas incluída numa entrevista também publicada num outro número do jornal O Porto; enquanto de Manuel de Sousa se lembra gravura de um cromo de coleção).

Fevereiro de 2021 - ARMANDO PINTO

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