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domingo, 19 de junio de 2022

Efeméride do 1.º Grande Prémio de Ciclismo do FC Porto - ganho por Mário Sá em 1963

 

Ao correr de junho de 1963, entre sábado 15 e seguinte terça-feira dia 18 do mês da festa sanjoanina portuense, decorreu no Norte de Portugal o "I Grande Prémio do Futebol Clube do Porto". Prova de ciclismo organizada pelo FC Porto e com a participação de todas as equipas portuguesas, no primeiro ano da mesma realização, em período festivo antecedente à tradicional Festa de S. João do Porto, da cidade do Porto.  Resultando num verdadeiro sucesso desportivo essa grande prova, embora a nível de despesas de organização não tenha tido idêntico êxito. Sucedendo então Mário Sá como primeiro vencedor, enquanto ficaram em casa as vitórias dessa grandiosa corrida por etapas (que durante vários anos depois fez parte do calendário do ciclismo português).

Ora, dessa grandiosa prova, que chegou a ter oito edições, em anos diversos, já foi feito no blogue pessoal "Memória Portista" o seu historial. Sendo desta feita a vez de evocar a primeira, o chamado 1.º Grande Prémio do Futebol Clube do Porto – ganho individualmente por Mário Sá, coletivamente pela equipa do FC Porto, assim como no Prémio da Montanha também venceu um ciclista azul e Branco, Joaquim Leão. Como consta dos respetivos dados oficiais, que para aqui se transpõem.

Na passagem da efeméride da conclusão do 1º Grande Prémio do FC Porto, recorda-se essa corrida empolgante através de recortes do jornal O Porto, de sua edição de sábado seguinte – conforme se pode ver pelo que foi publicado em seu número de 22 de junho de 1963.


Armando Pinto - 18 DE JUNHO DE 2022

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sábado, 27 de noviembre de 2021

5 Años de AIHEC



El 27 de noviembre de 2016, gracias al esfuerzo conjunto de aficionados de ciclismo de España y Portugal, se fundó la Asociación Ibérica de Historiadores y Escritores de Ciclismo (AIHEC). Tuve el privilegio de pertenecer al grupo fundador de la asociación, por invitación de José Eugenio Caballero, ex ciclista madrileño, creador del blog Historia del Ciclismo. Desde muy joven siempre he sido aficionado y seguidor de este deporte, sin haber competido nunca, limitándome a algunas carreras y sprints de barrio. Sobrino de un gran nombre en el ciclismo portugués, campeón de los años 30 y 40, nunca tuvo la oportunidad de una gran intimidad y convivencia con su tío, limitándose a una decena de encuentros donde el ciclismo se discutía esporádicamente y nunca, en profundidad. Sin embargo, su actividad en el deporte pasaría a ser predominante a partir de 2014, no como ciclista, sino como investigador y escritor, con la publicación de la biografía de su tío Eduardo Lopes. Desde entonces, la investigación y la producción de libros no se han detenido. A ésta le siguió la Copa España, competición disputada en 1939, 3 meses después de la Guerra Civil, con la participación de un equipo portugués de 3 elementos, entre ellos Eduardo Lopes; la reedición de la biografía de Onofre Tavares, famoso velocista norteño de los años 40 y 50; las XXIV Horas del Metropolitano de Madrid de 1945, última carrera disputada por su tío en España; la traducción y publicación en Portugal del clásico ciclista de Albert Londres, Les Forçats de la Route; la publicación del libro en verso Porto-Lisboa, de José Frade; la publicación de la biografía de Américo Raposo, discípulo de su tío, el mayor velocista y corredor portugués de los años cincuenta; la reedición del libro de Amândio Monteiro, Ciclismo e Ciclistas, una perla de prosa ciclista y además; la publicación del libro Avante pela União! La Fundação da UVP, celebrando sus 110 años de existencia; la publicación del libro de Armando Pinto, Ciclistas de Felgueiras; la publicación de un pequeño álbum fotográfico privado de la carrera deportiva de su tío; la publicación en francés de la coloración de fotos antiguas de su tío por Bernard Paris; la publicación del álbum fotográfico Memorabilia do Ciclismo Português, una historia gráfica del ciclismo portugués, de 1890 a 1960; la publicación del libro Historia de la Bicicleta, originalmente publicado en el periódico Diário de Lisboa en 7 crónicas; y finalmente (pero quizás no el último), Subidas y Rampas de Lisboa, la historia de este tipo de carreras llevadas a cabo en Lisboa desde 1910 hasta la actualidad. Por último, la publicación en el estricto ámbito de la AIHEC y en lengua castellana, de una colección en 12 volúmenes (para finalizar el próximo mes de diciembre) de las Efemérides de Ciclismo, junto a Luís Javier Bravo Mayor, también miembro fundador de la AIHEC; y finalmente, la publicación del libro Ecos de Ciclismo, de Daniel Almenara. Un solo deseo; que continúe produciendo libros de ciclismo hasta que pueda.


5 Anos de AIHEC

A 27 de Novembro de 2016, pela conjugação de esforços de apaixonados de ciclismo de Espanha e Portugal, foi fundada a Asociación Ibérica de Historiadores y Escritores de Ciclismo (AIHEC). Tive o privilégio de pertencer ao grupo fundador da associação, mediante convite de José Eugenio Caballero, um ex-ciclista de Madrid, criador do blogue Historia del Ciclismo. Desde muito jovem, sempre fui adepto e seguidor da modalidade, sem nunca contudo ter competido, limitando-me a algumas corridas e sprints de bairro. Sobrinho de um grande nome do ciclismo português, campeão dos anos 30-40, nunca teve a oportunidade de uma grande intimidade e convívio com o seu tio, resumindo-se a uma dezena de encontros em que esporadicamente se falava de ciclismo e nunca, aprofundadamente. Contudo, a sua actividade na modalidade viria a tornar-se predominante a partir de 2014, não como ciclista, mas antes como pesquisador e escritor, com a publicação da biografia do seu tio Eduardo Lopes. Desde aí, a pesquisa e a produção de livros não mais parou. Seguiram-se, a Copa España, uma prova disputada em 1939, 3 meses após a Guerra Civil, com a participação de uma equipa portuguesa de 3 elementos, entre eles, Eduardo Lopes; a republicação da biografia de Onofre Tavares, famoso sprinter nortenho dos anos 40-50; As XXIV Horas do Metropolitano de Madrid em 1945, a última prova disputada pelo seu tio em Espanha; a tradução e publicação em Portugal do clássico de ciclismo de Albert Londres, Les Forçats de la Route; a publicação do livro em verso Porto-Lisboa, de José Frade; a publicação da biografia de Américo Raposo, discípulo do seu tio, o maior sprinter e pistard português dos anos 50; a republicação do livro de Amândio Monteiro, Ciclismo e Ciclistas, uma pérola de prosa ciclista e não só; a publicação do livro Avante pela União! A Fundação da UVP, na comemoração dos seus 110 anos de existência; a publicação do livro de Armando Pinto, Ciclistas de Felgueiras; a publicação de um pequeno álbum fotográfico privado da carreira desportiva do seu tio; a publicação em francês da coloração das fotos antigas do seu tio por Bernard Paris; a publicação do álbum fotográfico Memorabilia do Ciclismo Português, uma história gráfica a cores do ciclismo português, de 1890 a 1960; a publicação do livro História da Bicicleta, originalmente publicada no Diário de Lisboa em 7 crónicas; e finalmente (mas talvez não o último), Subidas e Rampas de Lisboa, a história deste tipo de corridas levadas a cabo em Lisboa de 1910 até aos nossos dias. Por último, a publicação no âmbito estrito da AIHEC e na língua espanhola, uma colectânea em 12 volumes (a terminar no próximo mês de Dezembro), das Efemérides de Ciclismo, em conjunto com Luís Javier Bravo Mayor, também ele membro fundador da AIHEC; e finalmente, a publicação do livro Ecos de Ciclismo, de Daniel Almenara. Um só desejo; que continue a produzir livros de ciclismo, até poder.


Eduardo Lopes

Miembro Fundador de AIHEC


martes, 26 de octubre de 2021

Efeméride – Campeonato Português de Ciclismo: FC Porto Campeão Nacional de Fundo (Estrada) de 1958

No último ano da carreira de Onofre Tavares como ciclista, a equipa portista que entrou na Volta a Portugal tinha Artur Coelho como chefe de fila, sendo a equipa então formada (pela ordem de números de inscrição) com: Artur Coelho, Emídio Pinto, Sousa Santos, Carlos Carvalho, Armindo Gonçalves, Alberto Moreira e Agostinho Brás.

= Sousa Cardoso =

Nesse ano de 1958 o FC Porto teve também ciclistas campeões nacionais, como foi em Iniciados Carlos Joaquim Machado Nogueira, em Amadores-Seniores Manuel Veiga da Mota e em Independentes a equipa do FC Porto formada por Sousa Cardoso, Sousa Santos e Agostinho Brás. Sendo desta categoria, dos seniores, ao tempo chamados Independentes e atualmente Profissionais de Elite, a efeméride em apreço.

= Sousa Santos =

Com efeito, a 26 de outubro de 1958 disputou-se o Campeonato Nacional de Fundo de Portugal por Equipas. Numa prova decorrida ao longo de 184 km em Contra-relogio de equipas, com a participação dos conjuntos de ciclistas do FC Porto, Benfica, Sporting e Sangalhos. Saindo vencedor o FC Porto (com Sousa Cardoso, Sousa Santos e Agostinho Brás), gastando 4 h 53 m 21 s. À média de 37,634 km/h. Enquanto ficaram em segundos classificados “ex-aequo” o Benfica (com Manuel Simões, Henrique Castro mais João Marcelino) e o Sporting (com Américo Raposo, Pedro Carvalho e Manuel Graça), ambos os grupos com 4 h 56 m 38 ou seja gastando mais 3 minutos e 17 segundos.

= Agostinho Brás (recebendo felicitações do companheiro de clube Virgílio Mendes, “Capitão” da equipa principal de futebol do FC Porto e ao tempo futebolista mais internacional português, o “Leão de Génova”). =

Como ilustração juntam-se gravuras coevas, da equipa do FC Porto desse tempo, e em imagens separadas os três ciclistas que formaram a equipa do FC Porto no contra-relógio da prova.

Armando Pinto - 26  de Outubro de 2021

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miércoles, 19 de mayo de 2021

Efeméride. Muerte de Luis Ocaña




Un 19 de mayo de 1994, Luis Ocaña tenía que coger un coche para desplazarse a Bolonia, donde tres días después arrancaba el Giro de Italia de 1994, aquel que ganó Berzin y perdió Indurain. Ocaña iba a comentar la carrera con la COPE, como había hecho hasta cuatro días antes en la reciente Vuelta a España, la tercera de Rominger y la última en primavera. Pero en lugar del coche, cogió una pistola y se pegó un tiro en la sien, en su casa de campo de Caupenne d'Armagnac.

Josiane, su mujer, le encontró muerto. Tenía el teléfono descolgado. La mala salud de su negocio vinícola y la mala salud de su maltrecho hígado le arrastraron a una depresión. Oficialmente, el juez decretó suicidio, aunque la familia de Luis y su hijo Jean-Louis sospechaban de su esposa.

Al funeral acudió Merckx, a quien discutió su dictadura en la época. Fue en aquel famoso Tour de Francia 1971, donde solo una caída en el descenso del Menté impidió su victoria cuando dominaba de amarillo. Ocaña odió a Merckx por aquello. Y por la visita que le hizo unos días después al paso de la ronda por su ciudad. Con los años arreglaron sus diferencias con una gran borrachera en Suiza. Fue mi adversario más leal, recuerda el Caníbal.

También fueron al funeral Thévenet y Tarangu Fuente, los ciclistas que le acompañaron en el podio del Tour 1973. La gran victoria que le debía el destino, a la que faltó Merckx porque prefirió el doblete Vuelta-Giro.

Además, Ocaña ganó la Vuelta 1970, que salió de la provincia de Cádiz. En España le llamaban el francés y en Francia, el español. Aquí no se sintió muy querido, en una etapa en la que el ciclismo bailaba al son del Kas.

Descanse en paz.

Foto: Copyright © Getty Images


Manuel Perez Aguirre (c) Mayo 2021



martes, 9 de marzo de 2021

La Bicicleta nació hace 150 años

 

Karl Von Drais en su invento
(Photo Lesseps. Artist unknown. Public domain, via Wikimedia Commons)


LA BICICLETA NACIÓ HACE 150 AÑOS

¡Hoy hay 150 millones de bicicletas en el mundo!

Hace 150 años, o más precisamente en enero de 1818, el técnico forestal Karl Friedrich von Drais obtuvo la patente para la construcción de un vehículo de transporte rápido. Esta «máquina de correr», la abuela de la bicicleta actual, era un cuadro de madera, con dos ruedas y un sillín tapizado. La rueda delantera, con el manillar, era móvil. El sistema de impulsos era el más simple del mundo: el ciclista tocaba el suelo con la punta de los pies. Con su bicicleta, en ese momento fuente de desprecio y muchas risas, el barón Von Drais fue más rápido que muchas diligencias: en el otoño de 1817 recorrió los 14 km que separan Mannheim de Schwetzingen en el suroeste de Alemania en una hora. En ese momento se calculó que la velocidad máxima que podría soportar un hombre sería de 16 km por hora. La «máquina en movimiento» tardó más de medio siglo en convertirse en un verdadero velocípedo. En esta evolución participaron mecánicos alemanes, franceses e ingleses. El triunfo de la bicicleta en todo el mundo comenzó hace unos 80 años, cuando al veterinario escocés Dunlop se le ocurrió la idea de los neumáticos. Otro hito centenario en la historia de la bicicleta fue la invención, en 1900, del eje de rueda libre «torpedo» por el alemán E. Sachs. Hoy debe haber más de 150 millones de bicicletas en el mundo. Solo en Alemania hay 22 millones. En los últimos veinte años, su número se ha duplicado, a pesar del creciente número de motores. En Dinamarca, uno de cada dos los individuos poseen una bicicleta; en Alemania, uno de cada trimestre, en Estados Unidos, uno de cada diez. Este país recibe la mayoría de las 250.000 bicicletas que exporta Alemania Occidental cada año.


Fuente: «Diario de Lisboa», 9 de marzo de 1968

Foto: Wikipedia


A BICICLETA NASCEU HÁ 150 ANOS

Hoje há 150 milhões de velocípedes no Mundo! 

Há 150 anos, ou mais exactamente em Janeiro de 1818, o técnico florestal Karl Friedrich von Drais obteve a patente para a construção de um veículo de transporte rápido. Esta «máquina de correr», a avó da bicicleta dos nossos dias, era uma armação de madeira, com duas rodas e um selim estofado. A roda dianteira, com o guiador era móvel. O sistema de impulsão era o mais simples do Mundo: o ciclista tocava com as pontas dos pés no chão. Com a sua bicicleta, nesse tempo motivo de escárnio e de muita risota, o barão Von Drais era mais rápido do que muitas diligências: no Outono de 1817 percorreu numa hora os 14 km que separam Mannheim de Schwetzingen, no Sudoeste da Alemanha. Nessa altura calculou-se que a velocidade máxima que um homem poderia suportar seria de 16 km por hora. Demorou mais de meio século até a «máquina de correr» se transformar num autêntico velocípede. Nesta evolução participaram mecânicos alemães, franceses e ingleses. O triunfo da bicicleta em todo o Mundo começou há cerca de 80 anos, quando o veterinário escocês Dunlop teve a ideia dos pneus. Outro marco centenário na história da bicicleta foi a invenção, em 1900, do eixo de roda livre «torpedo» do alemão E. Sachs. Hoje em dia deve haver mais de 150 milhões de bicicletas no Mundo. Só na Alemanha contam-se 22 milhões. Nos últimos vinte anos o seu número duplicou, apesar da motorização crescente. Na Dinamarca um em cada dois indivíduos possui uma bicicleta; na Alemanha, um em cada quarto, nos Estados Unidos, um em cada dez. Este país recebe a maior parte das 250 000 bicicletas que a Alemanha Ocidental exporta todos os anos. 


Fonte: "Diário de Lisboa" de 09 de Março de 1968

Foto: Wikipedia




viernes, 26 de febrero de 2021

Efeméride da Oficialização (em 1972) de Joaquim Andrade como Ciclista do FC Porto

 

Conforme é lembrado nesta data, de 26 de fevereiro de 2021, na newsletter oficial do FC Porto “Dragões Diário, referente ao que “Aconteceu” em 1972:  «Há 49 anos, neste dia, o FC Porto contratou o ciclista Joaquim Andrade, um dos melhores trepadores portugueses de sempre. Natural do concelho de Santa Maria da Feira, iniciou o trajeto na modalidade ao serviço da Ovarense e ainda antes de integrar os quadros portistas conquistou, em 1969, a Volta a Portugal pelo Sangalhos. Com a camisola dos Dragões, entre 1972 e 1974, arrecadou múltiplos troféus nacionais e regionais, tendo igualmente pedalado lá por fora: além de uma participação no Tour e de uma outra na Vuelta, venceu uma etapa no prestigiado Grande Prémio do Midi-Libre.»

Tendo o contrato de Joaquim Andrade ficado oficializado então no final de fevereiro, deu depois entrada na Federação Portuguesa de Ciclismo a 2 de março seguinte.

Na oportunidade, por quanto esse foi um ciclista que, embora em poucos anos, muito representou no afeto ao ciclismo portista, recorda-se o que há já alguns anos lhe foi dedicado no nosso blogue "Memória Portista":

Joaquim Andrade - Ciclista que honrou a camisola do FC Porto e representou bem o ciclismo português


No mundo do desporto das bicicletas de corrida, como era antigamente referido o ciclismo na via popular, quanto à modalidade ciclística de estrada e pista, Joaquim Andrade foi e é nome de referência. Embora tendo de se diferenciar entre pai e filho, já que os dois, das duas gerações da respetiva família, correram ao mais alto nível português. Vindo ao caso o pai, sendo que foi o patriarca desse núcleo familiar feirense que representou o FC Porto e como tal durante anos foi cabeça de cartaz da equipa azul e branca. No seguimento de já antes ter feito história, passando a representar o FC Porto já de valor consagrado e então sido mesmo chefe de fila da equipa profissional de ciclismo do FC Porto durante três épocas, na primeira metade da década dos anos setentas. Com a curiosidade de durante esses anos haver também, de permeio, corrido no estrangeiro (por equipas de países com forte tradição ciclista) quando representava o FC Porto em Portugal. Inicialmente tendo andado por estradas estrangeiras alguns dias com a camisola da equipa belga Flandria e depois correndo pela equipa francesa Gitane.


Calha a preceito assim evocar Joaquim Andrade, como grande ciclista de outrora, agora que o FC Porto tem novamente ciclismo (desde 2016) também, voltando a ter ciclismo de alta competição e andando de novo pelas estradas as camisolas azuis e brancas com o símbolo portista ao peito a entusiasmar os adeptos do clube mais vitorioso no ciclismo português. Sendo de recordar que durante os anos que correu com a camisola alvi-anil o Joaquim Andrade foi sempre candidato aos primeiros lugares das provas em que a equipa das Antas participava, sem contudo ter conseguido repetir seu anterior feito de vencedor de uma Volta a Portugal, tendo no período que correu pelo FC Porto e nas 3 Voltas que fez de azul e branco vencido uma etapa (em 1974, na pista das Antas, contra-relógio de 2, 250 Km), mas compensando com boas prestações em diversas corridas em França, nesses tempos, além de títulos regionais e nacionais conquistados, mais algumas vitórias em provas do calendário do ciclismo associativo portuense e nacional, ao serviço do FC Porto, entre as quais o Grande Prémio Papéis Vouga/1974, o título de Campeão Regional de Fundo, mais títulos diversos de Campeão Nacional de Rampa (Montanha) e Perseguição (Crono), este individualmentge e por equipas, pelo FC Porto. Enquanto em França teve ponto alto com brilhante vitória numa etapa da clássica / Grande Prémio "Midi-Libre" (além de ele referir numa entrevista uma outra, da também  famosa clássica “Dauphine Liberé”, que porém não consta do oficial currículo internacional, embora seja habitual haver lapsos nos números e estatísticas).

= Recorte do jornal A Bola de 05-04-1973, referindo o facto de Joaquim Andrade ser mais um ciclista Português a ir correr para França, então para a equipa da “Gitane”, treinada pelo técnico Desvages. Em cuja referência Andrade agradece ao FC Porto ter-lhe facilitado a sua participação no estrangeiro. =

Nascido a 14 de junho de 1945 em Travanca (então Vila da Feira, atualmente Santa Maria da Feira),  Joaquim Pereira de Andrade começou por correr na Ovarense, equipa que posteriormente ao ser extinta o levou a representar o Sangalhos, sendo com a sua camisola toda azul que em 1969 obteve a honra de vestir a camisola amarela na Volta a Portugal e por fim declarado vencedor da correspondente edição. Entretanto em 1971 esteve a correr em Angola pela equipa da Fagor. Até que depois em 1972 passou a representar o FC Porto, desde princípios de 1972 até finais de 1974, havendo mais tarde ainda representado outras equipas portuguesas. De permeio com a referida campanha estrangeira.

= Primeiro Contrato assinado por Joaquim Andrade no Futebol Clube do Porto quando veio de Angola, por três temporadas. No total fez três contratos com este grande clube nortenho. Neste contrato o ordenado era de cinco mil escudos mensais, a que acrescia uns subsídios. Folha de rosto e verso do contrato (conf. “site” Ondas da Serra) =

Numa entrevista a “Ondas da Serra”, Joaquim Andrade recordou a “sua” Volta a Portugal, ganha pelo Sangalhos: «No ano de 1969 ganhei a Volta a Portugal. Cheguei a Alvalade (fim da etapa derradeira na pista desse estádio) com a camisola amarela, mas o falecido Joaquim Agostinho nesse dia “tirou-me” a camisola, mas depois veio a acusar doping e passados dois dias eu já era o vencedor da Volta. Oficialmente só passado um mês ou um mês e meio é que foi homologada. Tinha perdido a etapa final que era um contrarrelógio para ele por uns segundos.» Ao passo que depois, já dos tempos em que corria pelo FC Porto e fez algumas corridas em França por equipas estrangeiras, relembrou também, a propósito da sua participação efémera numa Volta a França: «…em 1972 não passei do primeiro dia porque tive uma infeção por causa do selim e tive que lá ficar internado num hospital. Alias eu já lá cheguei com a infeção contraída numa prova que vim cá fazer a Portugal, num campeonato nacional. Eu cheguei a França maltratado, corria eu por uma equipa Belga, estive três dias parado, fiz o prólogo e aquilo agravou-se e já não prossegui a volta. Nessa volta eu estava numa grande forma e deixou-me uma grande amargura, porque estava bastante moralizado; tinha andado nesse ano em várias corridas em França e tinha inclusivamente ganho talvez a etapa rainha duma prova que se chamava “Midi Libre” (vitória numa etapa da “clássica” Midi-Libre), onde cheguei também com quatro ou cinco minutos de avanço sobre os grandes corredores mundiais da atualidade (ao tempo), Luis Ocaña e Zoetmelk... »


«...Além de ter ganho no Midi Libre, também ganhei uma prova que era o grande teste para a volta a França que era a corrida “Dauphine Libere”. Nessa prova eu cheguei a estar atrás com o Joaquim Agostinho, com oito ou nove minutos de atraso, mas a certa altura eu arranquei, faltavam ainda duas montanhas muito duras, iam 14 ciclista na frente já com alguns minutos e eu primeiro só não apanhei os quatro da frente, ultrapassei-os a todos e fiz uma etapa fenomenal nesse dia. Essa prova tinha muita montanha e é onde se disputa geralmente a Volta a França, uma montanha chamada o "Galibier" e o "Tour Medley". Eu fugi e disse ao Agostinho que ia atacar e ele disse que era muito difícil, mas eu arranquei e ganhei minutos a toda agente.»


Ora, evocando esses tempos, ilustra-se esta menção honrosa, desse antigo representante do FC Porto, com imagens de postais dos contemporâneos Joaquim Andrade e Luís Ocanã: O do Andrade autografado na própria frente da gravura (com acrescento de correção pelo punho dele mesmo na parte de trás, também) e o do Ocaña no verso – como se pode verificar pelas imagens.


Juntam-se ainda outras imagens, sendo as do jornal O Porto e os postais de arquivo pessoal do autor destas linhas e as restantes, com a devida vénia, do “Site” Ondas da Serra.

= Fotografia de Joaquim Andrade Campeão Nacional de Pista, em perseguição individual e por equipas ao serviço do Futebol Clube do Porto, em Novembro de 1972. =


Oficialmente o seu palmarés enquanto ciclista do FC Porto, conforme consta da relação internacional, é:

Em Portugal:

1972
Campeão Regional de Rampa da Associação do Porto
Campeão Nacional de Rampa (escalada/montanha)
Campeão Nacional de Perseguição (pista)
Vencedor da 5ª etapa do “Grand Prix du Midi libre”
2º na clássica portuguesa Lisboa-Porto
3º no Campeonato Nacional de Estrada  
5º na Volta a Portugal

1973
Campeão do Porto / regional
Campeão Nacional de Perseguição
Campeão Nacional coletivo, em perseguição, por equipas,
2º no Campeonato Nacional de Rampa (Escalada)
5º na Volta a Portugal

1974
1º no Grande Prêmio Papeis Vouga
3º no Campeonato Nacional de Rampa / Escalada
3º no Nacional de Estrada

No estrangeiro:

Volta à França / Tour de France
1972: desistiu
1973: em 64º lugar

Volta à Espanha / Vuelta de España
1974: 26º classificado

=Recibo, referente a janeiro de 1974, do vencimento de Joaquim Andrade ao serviço do Futebol Clube do Porto. Segundo o mesmo «naquele tempo 7.000$00 (sete mil escudos) era muito dinheiro. Este foi o último ano do contrato.» =

Armando Pinto

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jueves, 4 de febrero de 2021

Efeméride evocativa - José Azevedo Campeão de Ciclo-Cross de Portugal em 1968

 

4 de fevereiro de 1968 - Campeonato Nacional de Ciclo-Cross de Portugal. Prova disputada na zona do Porto, ao longo de 21 Km. Participaram 19 ciclistas de diversos clubes. Vencedor: José Azevedo Silva, do Futebol Clube do Porto.

Classificações:

1ª José Azevedo (FC Porto), 1h 7m 22s;

2ª Alberto Carvalho (FC Porto), 1h 8m 8s;

3º Joaquim Leão (FC Porto), 1h 9m 40s.

Na ocasião, foi guardado um minuto de silêncio em homenagem a Alfredo Baptista, antigo dirigente da Federação Portuguesa de Ciclismo, entretanto falecido.

Armando Pinto – fevereiro de 2021

martes, 12 de enero de 2021

Efeméride: Dias de Sousa, do FC Porto - Campeão Português de Ciclo-Cross em 1964

A 12 de janeiro de 1964, em domingo frio de início desse ano, disputou-se  a prova do Campeonato Nacional de Ciclocrosse de Portugal, da categoria de Independentes (depois Profissionais e atualmente Elite), em terrenos anexos ao Palácio de Cristal, na cidade do Porto. Num percurso de 15 voltas, totalizando 42 Km. Com a participação de 25 Ciclistas, distribuídos por representantes de FC Porto, Benfica, Leixões, Vianense, Gondomar, Académico, Ovarense e Sangalhos. No final triunfou Dias de Sousa, do FC Porto – gastando o melhor tempo de 1 hora, 3 minutos e 7 segundos – seguido por mais dois colegas de equipa e depois pelos restantes concorrentes.

Classificações:

1.º António Dias de Sousa (FC Porto), 1 h 3 m 7 s;

2ª Joaquim Leão (FC Porto), 1h 4m 3s;

3º Manuel Petiz (FC Porto), 1h 4m 25s;

4º. Manuel Costa (Académico), 1h 7m 28s;

5 ª. António Santos (Leixões), 1h 8m 19s;

6º. Dias Vieira (Ovarense), 1h 8m 45s.

O primeiro ciclista do Benfica foi Mota Pais em 11º lugar.

(António Dias de Sousa começara então a época ainda como Amador-Sénior e nesse escalão era colega de Cosme de Oliveira, Albino Alves, Rogério Cardoso e Manuel Petiz. Tendo na prova de Ciclo-Cross, servindo de início de época, feito parte da equipa principal do FC Porto os jovens Dias de Sousa e Manuel Petiz, que inclusive se classificaram bem melhor que tantos outros, tendo apenas entre eles ficado Joaquim Leão do escalão superior.)

- Dias de Sousa sagrou-se assim Campeão Nacional de Ciclo-Cross de 1964, em Portugal.

= Uma página do Relatório da Gerência do FC Porto de 1964, com indicação do Campeão Nacional de Ciclo-Cross…

*****

Obs.: A foto de ilustração (ao cimo) é apenas como exemplo de uma prova de Ciclo-Cross e com um ciclista do FC Porto (à falta momentânea de foto de Dias de Sousa).

Janeiro de 2021 - ARMANDO PINTO 



domingo, 3 de enero de 2021

De Gribaldy, Muerte en Carretera


Jean De Gribaldy y Joaquim Agostinho


Jean de Gribaldy, entrenador del equipo ciclista profesional Kas (donde milita el portugués Acácio da Silva) falleció ayer, tras un accidente de tráfico. De Gribaldy (64 años, ex ciclista y ex entrenador del desafortunado Joaquim Agostinho, murió instantáneamente cuando el coche que conducía en la localidad de Voray-Sur-Ognon, a 300 kilómetros de París, se salió de la carretera y se estrelló contra un edificio. De Gribaldy, conocido por el «Visconde» por descender de la nobleza, también fue responsable del descubrimiento para el ciclismo profesional del campeón irlandés Sean Kelly, uno de los mejores ciclistas del mundo y líder de la línea de Acácio da Silva, en el equipo Kas. Desde Gribaldy, se dirigía al sur de Francia, por una carretera nacional, cuando su «Citroen CX» perdió el rumbo y fue aplastado contra la esquina de un edificio en Voray-Sur-Ognon. El técnico ciclista, que viajaba solo, había La policía informó que el médico que examinó a De Gribaldy poco después del accidente, en la pequeña ciudad a 300 kilómetros al sureste de París, dijo que se sentía mal poco antes del accidente, pero no dio detalles sobre la enfermedad. Georgia También dijo que se investigará el accidente para conocer las verdaderas causas. El cuerpo de De Gribaldy fue transportado a una funeraria en Besançon, donde residía, a unos 45 kilómetros al sur. La Policía cree que el técnico francés se preparaba para incorporarse al equipo de Kas, que se entrena en la localidad de Sallanches, una región al sur de Ginebra. De Gribaldy era un técnico muy conocido y respetado en el ciclismo profesional y tenía una inclinación particular por descubrir nuevos talentos. Nacido el 18 de julio de 1922. De Gribaldy se convirtió en ciclista profesional después de la Segunda Guerra Mundial, participando tres veces en el Tour de Francia, la carrera velocipédica más importante del mundo. Su mejor resultado fue un 2do lugar en el campeonato francés, en 1947. Famoso como "el vizconde" (tal ascendencia aristocrática), De Gribaldy abandonó su carrera como piloto en 1954, tras una caída en la carrera París-Valenciennes, pero volvió Ciclismo profesional para formar y entrenar equipos. Su mejor clase fue la actual «Kas», que ayudó a Kelly a convertirse en una de las mejores ciclistas del mundo y también fue propietaria de nuestro Acácio, también considerado uno de los ciclistas más prometedores del mundo. Fue Gribaldy quien, a mediados de la década de 1970, viajó a Irlanda y convenció al padre de Sean Kelly (un granjero) para que le dejara firmar su primer contrato profesional. Christian Rumeau. El entrenador asistente de -Kas-, anunció la cancelación del entrenamiento del equipo, para que los ciclistas puedan asistir al funeral y también porque Sean Kelly estaba muy conmocionado por la noticia del fallecimiento de su entrenador. El funeral aún no se ha arreglado. Kelly, que es un hombre muy sensible, quedó sumamente impactado por la noticia de la muerte de Gribaldy ”, dijo Rumeau, quien agregó que habló con el ciclista por teléfono:“ Fue como si alguien lo golpeara con un martillo en la cabeza ”, dijo. Rumeau dijo que los 26 ciclistas de «Kas» firmaron contratos solo para esta temporada y que su calendario que tiene la primera competencia en Volta à Espanha (en abril) sigue siendo el mismo. Fue una gran pérdida para el ciclismo, pero ahora no podemos correr ningún riesgo para el futuro del equipo, dijo el entrenador asistente de «Kas». Dice así: quien va, va ...


Jean de Gribaldy, técnico da equipa profissional de ciclismo Kas (onde milita o português Acácio da Silva) faleceu ontem, na sequência de um acidente de viação. De Gribaldy (64 anos, antigo ciclista e antigo treinador do malogrado Joaquim Agostinho, teve morte instantânea quando o carro que conduzia, na localidade de Voray-Sur-Ognon a 300 quilómetros de Paris, saiu da estrada e foi embater com violência num edifício. De Gribaldy, conhecido pelo «Visconde» por descender da nobreza, foi ainda o responsável pela descoberta para o ciclismo profissional do campeão irlandês Sean Kelly, um dos melhores ciclistas mundiais e chefe-de-fila de Acácio da Silva, na equipa Kas. De Gribaldy seguia para o Sul de França, numa estrada nacional, quando o seu «Citroen CX» se despistou e foi esmagar-se contra a esquina de um edifício em Voray-Sur-Ognon. O técnico de ciclismo, que viajava sozinho, teve morte imediata. A Polícia informou que o médico que examinou De Gribaldy logo após o acidente, na pequena localidade situada 300 quilómetros a Sudeste de Paris. disse que ele se sentiu doente pouco antes do acidente, mas não deu detalhes sobre a doença. A Polícia garantiu ainda, que o acidente vai ser investigado para se apurar as causas verdadeiras. O corpo de De Gribaldy foi transportado para uma casa funerária de Besançon, onde residia, a cerca de 45 quilómetros para o sul. A Polícia acredita que o técnico francês se preparava para se juntar à equipa da Kas, que se encontra a treinar na localidade de Sallanches, uma região situada a Sul de Genebra. De Gribaldy era um técnico muito conhecido e respeitado no ciclismo profissional e que possuía a particular propensão para descobrir novos talentos. Nascido a 18 de Julho de 1922. De Gribaldy tomou-se ciclista profissional depois da Segunda Grande Guerra Mundial, participando por três vezes na Volta à França, a mais importante prova velocipédica mundial. O seu melhor resultado foi um 2º lugar no campeonato francês, em 1947. Célebre como «o visconde» (a tal descendência aristocrática), De Gribaldy abandonou a carreira de ciclista em 1954, após uma queda na corrida Paris-Valenciennes, mas regressou ao ciclismo profissional para formar e treinar equipas. A sua melhor turma era a actual «Kas», que ajudou Kelly a tomar-se num dos melhores ciclistas mundiais e possuia ainda o nosso Acácio, considerado também um dos mais promissores ciclistas do mundo. Foi Gribaldy quem, em meados do ano de 1970 viajou até à Irlanda e convenceu o pai de Sean Kelly, (um lavrador) a deixá-lo assinar o seu primeiro contrato profissional. Christian Rumeau. treinador adjunto da -Kas-, anunciou a anulação dos treinos da equipa, para que os ciclistas possam assistir ao funeral e ainda porque Sean Kelly ficou muito abalado com a notícia da morte do seu treinador. A realização do funeral ainda não tem data fixada. Kelly, que é um homem muito sensível, ficou extremamente chocado com a notícia da morte de Gribaldy — disse Rumeau que acrescentou ter falado com o ciclista ao telefone: Foi como se alguém lhe desse com um martelo na cabeça —afirmou. Rumeau disse que todos os 26 ciclistas da «Kas» assinaram contratos apenas para esta época e que se mantém a sua programação que tem na Volta à Espanha (em Abril) a primeira competição. Foi uma grande perda para o ciclismo, mas não podemos agora correr riscos para o futuro da equipa, frisou o treinador adjunto da «Kas». É assim: quem vai, vai... 


Por Eduardo Lopes (c) 2021

Fuente y Texto: "Diário de Lisboa", 3 de enero de 1987

Foto: Cortesía & Copyright de "Diário de Notícias"



martes, 8 de diciembre de 2020

Efeméride: Campeonatos Nacionais de Pista de 1968: Cosme de Oliveira, Custódio Gomes e Equipa do FC Porto - Campeões Nacionais (de Portugal)!

A 8 de dezembro de 1968, domingo e Dia Santo, em tempo que ainda era Dia da Mãe, o estádio das Antas foi local da realização dos Campeonatos Nacionais de Pista. Cujas provas decorreram então na manhã desse dia, às voltas na pista de ciclismo do estádio do FC Porto. Tendo faltado os ciclistas apurados de outras equipas, por estórias da história do ciclismo português por esses tempos. 

Foram vencedores os ciclistas do FC Porto Custódio Gomes em Velocidade, Cosme de Oliveira em Perseguição, e por equipas a equipa do FC Porto formada por Joaquim Leão, Alberto Carvalho, Joaquim Leite e José Azevedo. No final houve entregas das camisolas de campeões nacionais aos respetivos titulares, envergadas aos campeões, pelo ciclista Américo Silva, do Benfica, e pelos diretores Albano Pedroso e Venceslau Teixeira, respetivamente seccinista cessante e seu sucessor no pelouro de ciclismo do FC Porto. De cuja cerimónia e das provas há imagens em filme dos arquivos da RTP, em   https://arquivos.rtp.pt/conteudos/ciclismo-campeonatos-nacionais-de-pista/

De tal dia se recorda o sucedido através de recortes do jornal O Porto, de arquivo pessoal do autor desta recordação.

Armando Pinto -  Dezembro de 2020

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lunes, 7 de septiembre de 2020

Efeméride da vitória de Fernando Moreira de Sá na Volta a Portugal, em 1952


Na XXVII Volta a Portugal em Bicicleta o portista Fernando Moreira de Sá foi o vencedor, tendo defendido garbosamente a camisola amarela até à última etapa, concluindo a prova com 12 minutos de avanço sobre o sangalhense Emilio Rodriguez. A mais de 15 minutos ficou o 3º classificado, Manolo Rodriguez também do Sangalhos. Enquanto no 4º lugar ficou Luciano Moreira de Sá, ciclista também do FC Porto e irmão do vencedor; tendo em 5º se quedado o antigo ídolo Fernando Moreira (que depois de ter andado a correr pelo estrangeiro regressou a Portugal e passara a correr pela equipa Mabor). O FC Porto ganhou ainda por equipas, triunfando na classificação coletiva com 5, 55 minutos de avanço sobre a equipa do Sangalhos.


Iniciada a 21 de agosto na pista do Lima, nesse ano de 1952 a Volta a Portugal acabava então no dia 7 de setembro na cidade do Porto, com etapa de consagração no trajeto Vila do Conde-Porto. Perante total domínio do FC Porto e individualmente o Moreira de Sá mais novo haver superado tudo e todos, mantendo por largos dias e até final a liderança, que conquistara a partir da 3ª de 17 etapas, ao longo de 18 dias.


Refira-se que o vencedor era então conhecido e referenciado por Fernando Moreira de Sá, nome comprido comparativamente com os habituais dois nomes atribuídos no tratamento público dos ciclistas, precisamente para diferenciação de seu mano mais velho, Luciano, mas também do antigo ídolo das multidões, Fernando Moreira, que então também passara a ser referido por Fernando Jorge Moreira. 


Pois assim, o FC Porto que entrara no ciclismo alguns anos depois de outras equipas, e a partir que passou a competir na Volta a Portugal regularmente desde 1946 e venceu pela primeira vez em 1948, era já pela quarta vez em cinco anos dono da vitória na Grandíssima Volta a Portugal em bicicleta, quando então Fernando Moreira de Sá cruzou a meta no Estádio do Lima e garantia a camisola amarela para o único clube que representou. Ao longo de 17 etapas e de 2.647 quilómetros, o ciclista natural da Maia impôs-se perante a concorrência e terminou a Grandíssima com o tempo de 87 horas, 07 minutos e 31 segundos, uma vantagem de 12 minutos mais 33 segundos para o segundo classificado. 


Nesse mesmo ano da vitória de Fernando Moreira de Sá na Volta a Portugal, o mesmo Moreira de Sá e Alves Barbosa, formando equipa, venceram em Caracas, a prova dos 40 quilómetros à americana, na Venezuela, relegando para o segundo e seguintes lugares outras duplas de italianos e luxemburgueses. Sendo à época aquele sangalhense, Alves Barbosa, um dos bons valores nacionais, não chegou depois a entrar na Volta Portuguesa, havendo notícias de não ter sido dispensado temporariamente do serviço militar, em que estava incorporado oficialmente (enquanto foi autorizado a ir à Venezuela), embora aparecessem outras notícias dizendo que não quis arriscar ir à Grandíssima por deficiente preparação, precisamente por estar na tropa. Ainda na mesma época e relacionado com todo esse enquadramento, refira-se que Luciano Moreira de Sá, o irmão do vencedor da Volta de 1952, venceu a grande clássica portuguesa Porto-Lisboa (tendo até o mesmo Luciano Sá repetido em 1953 a vitória na mesma grande ligação num só dia entre a capital do Norte e a capital do País).


Para melhor ilustrar tal grandiosa vitória de Fernando Moreira de Sá na Volta a Portugal em Bicicleta de 1952, porque as imagens dispensam mais palavras, atente-se nas descritivas pranchas desenhadas que incluem o álbum “OS HERÓIS DA ESTRADA” (em banda desenhada, edição de 1986 d’ O Jogo e Jornal de Notícias).


Extensivamente, relembra-se o seu currículo mais pormenorizadamente. 


Fernando Moreira de Sá, falecido entretanto em 2014 com 85 anos, foi mesmo um dos mais relevantes ciclistas da sua geração, entre as décadas de 40 e 50 do século passado, tendo ingressado no FC Porto com apenas 17 anos. E de azul e branco fez toda a carreira, que teve como pontos altos a conquista da Volta a Portugal de 1952, bem como o Campeonato Nacional de 1950. Numa altura em que o ciclismo era uma modalidade muito popular, Moreira de Sá era um dos ciclistas mais acarinhados pelos adeptos, não só devido às suas qualidades como ciclista, mas também pelo comportamento exemplar que teve sempre para com companheiros e adversários.


Nascido a 12 de junho de 1928, na Maia, Fernando Moreira de Sá, além desse ponto mais alto da sua carreira desportiva com a vitória na Volta a Portugal de 1952 e a também destacável vitória no Campeonato Nacional em 1950 e para cinco títulos de campeão regional de fundo, também se destacou em ter ido ao pódio da Volta anos antes da sua vitória, junto com seu irmão, havendo eles sido 2º e 3º classificados na Volta a Portugal de 1950, ganha pelo colega de equipa Dias dos Santos.

= Ladeando o vencedor da Volta a Portugal em 1950, Dias dos Santos, na companhia também de seu irmão Luciano. = 

Ora, Fernando Moreira de Sá foi um dos expoentes dessa modalidade desportiva de pergaminhos dourados dentro da história do F C Porto. Era assim chamado popularmente, na extensão do nome, ou ainda por Moreira de Sá, para se distinguir do famoso Fernando Moreira, mais velho mas seu contemporâneo, assim como de seu irmão Luciano Sá, vencedor de duas edições da clássica Porto-Lisboa. Havendo ele, Fernando, por sua vez, tido mais triunfos e estado à beira de outros também importantes, como aqui afloramos, através de alguns recortes coevos… com que se demonstra não ter sido apenas a vitória na Volta a Portugal que o tornou afamado.


Com efeito, entre as corridas em que participou, sempre em lugares de destaque, Moreira de Sá, por exemplo, teve papel importante na Volta conquistada em 1950 pelo colega de equipa Dias dos Santos – conforme se ilustra com imagens da época, também. Mas houve outras peripécias sintomáticas de sua aura ciclista, conforme aqui recordamos, de seguida…

= Reportando à Volta a Portugal de 1951, o valor de Moreira de Sá era reforçado com a história do roubo da vitória na clássica 9 de Julho, no Brasil… = 

Muito admirado no seio da família Portista, Moreira de Sá era conhecido por "locomotiva", com que ficou ainda e sempre é referido, derivado de sua velocidade evidente e por puxar, por assim dizer, o ciclismo do F C Porto para a ribalta da liderança nacional. Especialmente pela categoria de nesse tempo ter sido o melhor contra-relogista ibérico durante vários anos, sensivelmente ao longo de quase uma década.


Como lídimo representante do ciclismo nortenho, quando o campeoníssimo Fernando Moreira andou pelo estrangeiro e depois regressou sem o anterior fulgor, Moreira de Sá não teve apoio da comunicação social sulista e era visto pelos adeptos dos clubes adversários como alguém que lhes tirava veleidades… a pontos de, mais tarde, ainda, um livro intitulado História da Volta, transcrito para a página informática da Federação, lhe tentar retirar méritos, por Alves Barbosa não ter participado na Volta de 1952. Como se os lugares triunfais estivessem reservados… Mas a história encarrega-se sempre, como o azeite, de vir acima e repor as verdades, sabendo-se que Fernando Moreira de Sá teve uma carreira brilhante, digna de muito apreço. Vencedor moral, embora 2º classificado, na Volta do 9 de Julho de São Paulo-Brasil, em 1951, por não lhe ter sido reconhecida a vitória nessa prova através de artimanhas de bastidores, foi aí vítima de inventona a que em Portugal alguma imprensa pró-clubes de Lisboa deu enfoque desvirtuador, como é costume. Veio mais tarde, em 1952, a obter um importante triunfo internacional, ao vencer em Caracas (Venezuela) os 40 quilómetros à americana, com Alves Barbosa a completar a dupla e relegando para lugares imediatos italianos e luxemburgueses. E, como bem relatou Victor Queirós, profundo conhecedor da História do F C Porto, Fernando Moreira de Sá «foi um ciclista de nível mundial, o mais completo de uma família de ciclistas, os 3 Irmãos Sá, que contribuíram imenso para o domínio esmagador do FC Porto entre os anos 1940 e 1970. Moreira de Sá era um contra-relogista ímpar e um trepador emérito, e a sua humildade notou-se pela forma como se manteve ao serviço do colectivo no período mais brilhante de Fernando Moreira, com quem dominou as estradas nacionais e internacionais. Foi dos poucos a bater homem a homem Gino Bartali, bi-vencedor do Tour de France.»

De seu currículo, consta na ficha oficial, mais precisamente, que Fernando Moreira de Sá, sempre como ciclista do F C Porto, foi cinco vezes Campeão Regional e duas Campeão Nacional (uma como independente, categoria superior desse tempo, e uma como amador). Ganhou etapas e circuitos em provas diversas, tendo ainda em 1950 sido 2º classificado na corrida Madrid-Porto (com a participação de 10 portugueses e 10 espanhóis). Depois foi  2º classificado na Volta a S. Paulo e 12º na Volta a Marrocos, em 1951. Na Volta a Portugal, ganhou 3 etapas. Foi o vencedor da Volta em 1952, obtendo ainda um 3º, um 4º, um 5º e um 8º lugares. Em 1952, também venceu na Venezuela a referida clássica prova de 40 Kms à americana. Tendo nesse mesmo ano de 1952 conquistado então a Volta a Portugal, feito deveras eloquente pela sua superioridade patenteada. 

Detentor como foi de tão prestigiante palmarés, Fernando Moreira de Sá tem lugar entre os nomes mais ilustres do desporto dos pedais em Portugal e na memória do mundo azul e branco. Constando mesmo uma sua bicicleta e uma taça de seu espólio no Museu do FC Porto.

Armando Pinto - 07 de setembro de 2020

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